29 de fevereiro de 2008

outra vez...

há dias que nos pregam partidas... os dias chamado "saudade" cá vão persistindo e a desilusão é mais que muita... bolas! (ou folas! como dizia o burro de um ogre grande e verde).

"Chegaram até aqui recordações imensas de tempos de "fogo à peça", de limites, de ilusões... de histórias contadas no coração e de abraços estranhos que nunca o foram. E, mais uma vez, sentimos saudades... da tua ursa-maior de sinais, do meu queixo a encaixar directamente na depressao do teu peito, da falta de miminhos, das viagens até tua casa (a de cá e a de lá), das noites de silêncio que apenas passvam por nós... de quando me davas a mão na rua ou mesmo (nos bons dias...) um abraço mais forte! das noites de loucura e vícios... dos momentos em que nos encontramos verdadeiramente e daqueles em que não foi tanto assim... dos "sacrificios" que fiz, das mentiras que tive coragem de pensar e dizer... até de quando desapareceste sem dizer uma única palavra... saudades daquelas saudades doentias que tinha de ti, quando, ao fim-de-semana, ias para a casa-de-lá... dos trabalhos que te fiz e das notas altas que tiravas (tenho de te dar um beijinho!). das imensas neuras que, um dia, tive, "apenas" porque tu não "estavas"... das festas, dos cházinhos, das idas ao MN (sempre o mesmo caminho feito em silêncio).... e do tempo passado a desenhar, igualmente em silêncio... cada um para seu lado, mas nunca fazendo um desenho em conjunto... dos gostos e desgostos que partilhamos (o principal: odiamos praia!)... da paciência de quem nos aturava... até de estar sentada contigo, em frente ao departamento! de te telefonar, depois das aulas, para saber se estavas em casa, que te ia lá dar um beijinho... tenho saudades da casa do avô João, das nêsperas da nespereira da casa do avô João... até do cinzeiro com o cão e o caçador! das noites a jogar PES ou a ver o "Kill Bill"...

um dia (mas só um dia...) haveremos de conversar sobre isso...!"

27 de fevereiro de 2008

um dia chamado saudade...

"Veja bem além
Destes factos vis
Saiba: traições
São bem mais subtis
Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamado saudade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamado saudade..."

(Veja bem, meu bem - Maria Rita)

Porque há dias chamados "saudade"... quando um cheiro nos desperta para o que, um dia, tivemos, fomos e sentimos... e sentimos saudades de tudo o que um dia nos rodeou... dos locais e das pessoas... das coisas e dos sons... da chuva e do frio e das sensações que outrora despertavam... dos palcos que pisamos, das lutas que ja travamos... e, no fundo, um sentimento que tem tanto de estúpido como de contraditório: a saudade é apenas a "saudade" agora... não apetece voltar atrás... mas a saudade do ontem existe agora, apesar de não deixar ficar a vontade de regressar (o que também não seria possível, por isso não é mau!)

hoje é um desses dias... um dia chamado saudade...

26 de fevereiro de 2008

Aventuras!!

(desculpa Cila, mas não posso deixar de contar esta!)

Esta sexta-feira fui até ao Porto, com a Cila e a Paula, iniciar uma formação muito importante. Cheias de sono (inundadas dele, digo até...) lá fomos nós, às 7 da manhã até à estação apanhar o comboio (perdemos um mesmo à frente do nosso nariz, mas isso agora também não interessa nada...). Comboio apanhado, viagem normal, e eis que chegamos à Campanhã e, lá fomos nós apanhar o metro que nos levaria ao nosso destino.
Até aqui tudo normal, não fosse a Cila (e eu e a Paula também...) termos dito uma série de disparates, piadas e afins durante a viagem de metro. Num determinado momento, rebenta a bomba:

"Cila, não faças essas figuras, que estás no metro! - digo eu, tentanto acalmar os ânimos
Ora que esta, nem que estivesse no kilómetro!!! - disse a Cila..."

Como diria a Paula, "A minha vida era quaaaseee perfeita... depois existe um pequeno problema: o metro! e eu disse: porque no lo perdes? e eu lo perdi!" (isto a propósito de eu ter entrado no metro sozinha, porque as portas fecharam e elas não tiveram tempo!)

Aventuras de dois dias no Porto... aquela belaaaa localidade... (porque lá no fundo, até já tinha saudades!) *

25 de fevereiro de 2008

Minha senhora da solidão
Minha senhora das dores
Quanto tempo falta para te ver sorrir
Quantas misérias ainda vais exibir
Quanto tempo mais vou ter de te ouvir queixar?
Minha senhora da solidão
Vê como o sol brilha hoje
Odeio ver-te de luto
Gostava de ver o teu olhar enxuto
De descobrir alguma graça no teu andar
O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrificio não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Hum, não ajudas ninguém...
Minha senhora da solidão
Minha senhora dos prantos
Tens um "ai" encravado na boca
Que dia após dia te sufoca
Precisas muito mais que uma simples oração
Minha senhora da solidão
Minha senhora das culpas
Tenho que evitar o teu contágio
Não quero saber mais do teu naufrágio
A praia teve sempre ao alcance da tua mão
O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
Hum, não ajudas ninguém...
(Minha Senhora da Solidão - Jorge Palma)
(tenho de evitar o teu contágio...) *

20 de fevereiro de 2008

A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração pede perdão
Perdão apaixonado
Vai porque quem não
Pede perdão
Não é nunca perdoado
(Insensatez - Tom Jobim)

as minhas terças-feiras tem um sabor especial ao final da tarde... primeiro, terapia com um menino muito especial e com uma Mãe tão feliz que me faz vir da clínica com um enorme sorriso! O João (o meu menino especial...) ao descobrir as rimas, fez logo uma muito bonita para mim; assim, quando eu chego, diz o João "Olha a Rita catita e bonita!"... respondo eu: "Olha o João bonitão e trapalhão!" ... e, se ninguém nos pára, continuamos a brincar às rimas... :)
depois da sessão com o João, meto-me no carro e voo até à RIFF para ter aula com o Kiko... e aí, sim, o meu dia tem outro sabor... aí vou cantando com mais ou menos à-vontade (tenho sempre uma certa dificuldade em saber onde por os braços! enfim...), tentando fazer algo que me é muito querido: cantar. Bem ou mal, mal ou bem, vou aprendendo e tentando melhorar... agora estou a descobrir a Bossa Nova (com a Insensatez...) o que me está a dar um grande prazer!

(portanto, o meu dia que começou ontem com uma avaria, acabou com uns belos sorrisos!)
*

19 de fevereiro de 2008

Há dias que.....

não deviam começar!!! porra! (como diria a minha mãe: diz antes Arroz, também tem dois RR e é mais nutritivo!). Mais uma vez, fiquei a pé com o meu carrinho... bomba de injecção de gasóleo, diz o senhor meu pai, que, por acaso, também é o senhor mecânico do meu carro... e, mais uma vez, fiquei parada no meio da rua... pronto, desta vez consegui que ele ficasse ligeiramente encostado à berma (melhor do que ficar parado no meio da auto-estrada...).

Enfim... vamos lá ver como corre o resto do meu dia... para mau, já bastou o início! e, desculpa lá mãe, mas "Porra para isto tudo!"

15 de fevereiro de 2008

Amanhã...

há um novo começo, daqueles verdadeiros... e digo verdadeiro porque tem muito de mudança física e de alterações de "hábitos"...

antes de amanhã: tinha a clínica até às 13h e à tarde a correria do costume (15h escuteiros, 17h catequese 18h ensaio 19h reunião do grupo de jovens)

amanhã: aulas às 9h... à tarde o Pedro às 14h, o António às 15h, o João às 16h, a Carina às 17h e a Juliana às 18h... (portanto, clínica...)

Perguntaram-se se eu estava triste com as mudanças verdadeiras... eu respondi que não, que estava tranquila e que achava que nada acontece por acaso... (mas estou... não digam a ninguém...)

e isto porque "Ontem a noite pus-me a reflectir, nas coisas da vida em vez de dormir." (Clã)

14 de fevereiro de 2008

Sobre o dia dos namorados...


"#$%&/()()(%##"#$$$%#&", o que quer dizer uma data de palavrinhas que não quero dizer aqui, porque isto é um blog de respeito! Para começar, detesto a cor deste dia; porque é que tudo é vermelho?! há as rosas vermelhas, as caixas de chocolate vermelhas, as cuecas e os boxeurs vermelhos... bah! ah! e o melhor! os ursinhos brancos, com corações (vermelhos!) que dizem "I love you!" (será que em inglês é mais "fácil" de dizer do que na nossa querida e amada língua de Camões? não sei... mas vou pensar sobre isso).


e isto é só uma pequena parte do que é o "dia dos namorados", criado por alguém que queria despachar lá do armazém uns quantos ursinhos fofinhos/queridos/com-corações-vermelhinhos... só pode ser essa a razão! ah! e, claro está, pelos donos dos restaurantes... rosinho no centro da mesa, mesinhas onde mal cabem dois e está o jantarinho feito (até numa pizzaria!).


este dia sabe-me sempre a nada/coisa-nenhuma... é meloso e soa-me a dedos pegajosos quando não há um lenço de papel para os limpar (e depois de comer algodão doce!)


depois do pequeno desvario "meloso" uma coisa séria e bonita que este dia comemora (mas que, como não vem com ursinhos brancos com corações como bónus, não interessa....): comemora a coragem de um bispo romano, Valentim, que, contra a imposição de Caludius II, continuou a celebrar casamentos... foi descoberto, preso e decapitado... (mas isso não importa, não tem ursinhos!)
Hoje, à semelhança de ontem, de anteontem, do que vai ser amanhã e depois de amanhã, vamos celebrar o amor... o amor de amigos, o amor de namorados, o amor de irmãos, o amor de pais, de avós, de maridos, de filhos... acima de tudo o AMOR... sem exércitos de ursinhos, sem caixas de chocolate que tornem o dia meloso, forçado e enorme em gastos...
(hoje é também o dia de fazer o jantar de encalhados... para quem não gosta da palavrinha, aqui vai outra: jantar de des-namorados! soa melhor?)
(e quanto à imagem: eu sei que devia ser um exército de ursinhos... mas não vamos tornar as coisas ainda mais pindéricas...)
* até logo, ó encalhados! esqueci-me de referir a ementa: francesinha à moda do Porto em Aveiro no Pires... sim, porque "O Pires é ali!"

13 de fevereiro de 2008

Uma história (hoje, uma real...)

Ontem tive de ir até ali ao lado ao Departamento da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA, pós amigos...) buscar uns materiais importantes para o projecto. Até aqui, tudo normal... vou lá imensas vezes!
Quando chego, o Senhor Segurança Pedro Mónica (merece, sem dúvida, as maiúsculas...) abre-me as portas de par-em-par, em gestos teatrais... até aqui, continua tudo normal (tendo em conta que é o Pedro Mónica... tudo muito normal mesmo!)
até que digo ao Pedro Mónica que venho buscar uns materiais em nome de "Ana Rita Valente"... responde o Pedro Mónica: "ora aqui está! eu só acho é que não é Ana Rita Valente... é Valente Ana Rita..."
"é - respondo eu - deve ser por aí..." :)

Sabem sempre bem estes bocadinhos... *

11 de fevereiro de 2008

Sou...(?)

simpática
colorida
é demais - catatua!!
faladora
inspiradora
irreverente
olhos-de-ar brilhantes
alquimista
comunicativa
fofinha
impulsiva
tartaruga
arco-irís
forte
energética
brilhante
desvio!!

(foi o que Eles disseram!) *

8 de fevereiro de 2008



"Fica na paz que és..." *

7 de fevereiro de 2008

"Bem-vinda!" - disse o seu-melhor-amigo-de-sempre...



Tranquilidade. . . . . . . . . . *

6 de fevereiro de 2008


nos dias em que colocamos as nossas asas podemos voar até lá acima e regressar sempre que nos apetecer ao chão que (ainda...) gostamos de pisar... essas são as asas-de-todos-os-dias... aquelas que pomos e tiramos a nosso bel-prazer e que podem - meu Deus! - ser imitadas por umas meias enroladas à volta de um pedaço de arame...
essas são as asas-de-todos-os-dias...
umas vezes é assim, usamo-las apenas "porque sim!" (é das expressões que mais detesto... ninguém deve fazer nada "porque sim"... "porque sim" ou "porque não" não são respostas! ponto final!)...
há dias estranhos na nossa vida... dias "destranquilizantes", capazes de abalar o mínimo que tinhamos - já! - conseguido alcançar... dias em que o livro que somos se abre e as folhas são viradas uma a uma... e, nesses dias, as asas que usamos pertencem a uma dimensão que não é a do "aqui e agora"... e, como pertencem a algo Maior do que nós conseguimos imaginar, leva-nos a viagens longinquas, passeios inter-dimensionais... tranquilidade, limpeza... mas um vazio-cheio que é, simplesmente, a presença ausente de tudo...
*

4 de fevereiro de 2008

às vezes há música...




Vamos cantar? É fácil: eu toco e tu cantas - disse-lhe o amigo, sentado ao piano... e, numa clandestinidade já conhecida por ambos, (en) cantaram
(-se)...

*

1 de fevereiro de 2008

Alice...

"Alice saiu de casa, depois de mais um jantar em família... deixou a cozinha arrumada, o cão jantado e a loiça na máquina. Tudo estava perfeito! Saiu com a sensação de que nada lhe apetecia... apetecia estar parada, estagnar, ficar... automaticamente (como, aliás, se tinham tornado grande parte dos seus gestos...) abriu e fechou a porta de casa, abriu e fechou a porta do carro e seguiu... escolheu do CD a sua música preferida e seguiu... o caminho não era longo, mas pareceu-lhe uma eternidade...
chegou, ao fim de 5 minutos de viagem... estacionou o carro e seguiu, mais uma vez... um pé à frente do outro, andando, andando, andando... olhou para a imensidão de prédios e não conseguiu adivinhar qual era aquele para onde devia, agora, seguir... telefonou ao seu melhor-amigo-de-sempre, que desceu, para a vir buscar... sem grande sentido, seguiu-o... 1, 2, 3, 4, PAROU... 4º andar, apartamento SE (lembra-se, vagamente, de que inventou explicação para aquelas letras... mas só se lembra vagamente...). Entrou, disse boa noite, foi apresentada ao amigo da guitarra e tirou o casaco e a mala, e pousou ainda os livros de poesia que tinha trazido (nunca se adivinha aquilo que apetece ler...). Deteve-se a admirar aquela sala que havia apenas visitado uma vez: os instrumentos todos dispostos... a bateria do lado esquerdo, o piano ao fundo... e umas poucas de guitarras e baixos e amplificadores espalhados pela sala... Deteve-se, ainda, a ouvir o som da guitarra... o grande amigo do seu melhor-amigo-de-sempre pediu-lhe que cantasse... "tu sabes estas..." mais uma vez, estacionou ao pé do piano e cantou... uma agora, outra depois e aina outra... "tu cantas bem!", ouviu alguém dizer...
param, depois, as músicas e as cantorias, porque o relógio não engana e o vizinho do 3º andar não perdoa! Alice senta-se no sofá da casa do amigo do seu melhor-amigo-de-sempre e sente algo pela primeira vez... frio... descalça as sapatilhas e vai buscar a manta ao armário... enrosca-se nela e fuma um cigarro... chegam outros para lhe fazer companhia: o seu melhor-amigo-de-sempre, o amigo do seu seu melhor-amigo-de-sempre e o mais recente amigo do coração do seu melhor-amigo-de-sempre... Alice começou a sentir-se "bem"... aconchegada, mimada, cuidada... "pousa a cabeça no meu ombro, que ele pousa a cabeça nas tuas costas" (comboinhos de carinho...). Alice estava cansada, com sono, mas tão quentinha que tudo lhe parecia "perfeito"... soube-lhe bem o aconchego de dois dedos de conversa parva, da mantinha, dos miminhos... até dos idiotas do filme que ainda tiveram coragem de ver...
hoje de manhã acorda mais cedo que o habitual, veste-se, toma o pequeno-almoço e segue... abre e fecha a porta de casa, abre e fecha a porta do carro... segue... 5 minutos... chega ao estacionamento... estaciona... chega à repartição...
pelo caminho olhou para o céu e viu uma gaivota cruzar os céus... Alice nunca gostou de gaivotas... seres irritantes, sempre considerou! hoje lembrou-se da "sua" gaivota que vai voar para Londres... e pensou no presente que lhe tinha pedido: o big ben dentro de uma caixinha. Será que ele vai trazer? e pensa que o sol está, hoje, como ela: cansado, com sono e um pouco preguiçoso...
com um bocadinho menos de tempestade dentro dela, Alice canta só para si o "Summertime" da noite anterior..."

(Alice in ...)